Normalização da vazão em osmose reversa
A normalização de dados é um aspecto crítico da operação de sistemas de osmose reversa (RO). Ela corrige mudanças na temperatura, sais dissolvidos de alimentação, pressões e outros fatores que afetam a operação do sistema, mas podem não estar relacionados a incrustações ou outros processos de degradação da membrana.
Normalmente, à medida que a RO funciona, ela vai incrustando lentamente com o tempo. Para compensar isso, a pressão de entrada é aumentada para manter a mesma vazão de permeado. O fluxo normalizado nos mostra qual seria o fluxo se a pressão não fosse aumentada e, portanto, mede o grau real de incrustação que ocorreu após a última limpeza, descontando os demais fatores. Este é um aspecto crucial para manter a eficiência e longevidade do sistema RO.
A normalização dos dados é especialmente importante quando a temperatura da água de alimentação não é constante. Uma mudança de 1ºC na temperatura de alimentação causa uma mudança de aproximadamente 3% no fluxo do permeado. Isto destaca a sensibilidade do sistema RO às mudanças de temperatura e a importância da normalização dos dados na manutenção do desempenho ideal.
Fluxo, pressão diferencial e rejeição salina são os três fatores críticos para monitorar o desempenho do sistema. Quando esses indicadores de desempenho são traçados, é mais fácil detectar alterações no desempenho e solucionar possíveis problemas antes que se tornem críticos.
A coleta de dados deve começar imediatamente após a nova membrana ser instalada ou após a última limpeza química. Uma linha de base para determinar as novas condições operacionais é estabelecida após um mínimo de 24 horas. Isso dá às membranas tempo para eliminar os conservantes e assentar-se adequadamente nos vasos de pressão.
Como melhores práticas, e em linha com as recomendações dos principais fabricantes de membranas, uma limpeza deve ser realizada quando:
houver uma redução no fluxo normalizado de permeado de 10 a 15%;
e/ou um aumento na pressão diferencial normalizada de 25%;
e/ou um aumento na passagem salina normalizada de 25%.
No exemplo da figura, a vazão normalizada vai se diferenciando da vazão lida à medida que os dias vão passando. Perceba que a vazão normalizada no final do gráfico está 5% mais baixa do que a vazão real. Isso está atrelado a um possível aumento da temperatura de operação à direita do gráfico, que faz com que a água permeie de maneira mais “fácil” quando comparada ao início da operação, mascarando o efeito de uma possível incrustação.
Tenha sempre em mente que os dados de operação de uma RO precisam ser normalizados para que se possa definir o momento da limpeza, principalmente em locais com maior amplitude térmica entre inverno e verão.
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